27 de abr. de 2012


Estendeu-me os braços, pequena. Ofereceu-me um sorriso que não era meu numa felicidade que também não era minha. E eu, na minha imensa luta pra permanecer de pé, sei que aceitei a tua vida pra apoiar a minha, mesmo que só por uns minutinhos. Daí pensei nas tuas cicatrizes que com os olhos a gente nunca vê.
― Não sofre não?
― Quê?
― Não sofre não?
― Sofro.
― É? Quando?
― O tempo todo.
E pus-me a pensar, pequena, que a tua vida talvez não fosse o teu sorriso. Talvez tão menos do que o meu, aquele que quase não se aparecia entre os dentes. Então esses teus olhinhos pequenos de quem vive muito bem com a alma que tem me ensinaram muita coisa nessas pequenas palavrinhas grandes que tu disse sem nem se doer um pouquinho, sem nem saber que dizia.
A escolha é nossa. Bem nossa.
E saí daquele encontro rapidinho com o coração e a cabeça todos renovados e remendados de alguma coisa que eu não tinha, mas sabia que podia ter. ― Coligir

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Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?

Uma vida com saudade

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