27 de dez. de 2011

uma tarde sem saudade

Naquele dia eu sai cedo de casa para ir ao seu encontro mesmo sabendo que você só chegaria no final da tarde. Então passei horas sentada no banco daquela praça - onde só iamos com os nossos amigos e hoje seriamos só nós duas - até que levantei e fui caminhar. Meu celular tocou e era você dizendo que já estava vindo e eu voltei apressada para o lugar onde estava. Chegando lá olhei tudo em volta procurando você, até que então meu olhar encontrou você e eu não me controlei e corri até você e te abracei. Você falou em meu ouvido que eu demorei mas eu nem se quer prestei atenção nas suas palavras direito. Cheirei teu cangote e era o mesmo cheiro desde a primeira vez que eu te toquei. Beijei teu rosto e te levei pra sentar em qualquer um dos bancos que ali existiam.
Fiquei te olhando enquanto você falava. Seu rosto, seu sorriso, suas sardas em volta do seu nariz, seu jeito, o brilho nos teus olhos. Era tudo tão bonito.
Cada movimento teu era delicado, cada toque teu me levava pra mas perto de você. E eu te pedi um beijo e você me beijou com toda calma do mundo. Pedi outro e você negou, falou que tinha muita gente em volta e se preocupava comigo, mas eu não dava a mínima pra isso.
E então as horas foram se passando e as nossas palavras se misturavam e depois nós ficavamos rindo de nós mesmas. Já estava quase anoitecendo e tinhamos que ir pra casa. Andamos lentamente  até a estação. No metro riamos sem parar e todos olhavam pra nós.
A estação certa pra eu ir embora chegou. Despedida.
Eu te amo. Se cuida. Tchau.

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Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?

Uma vida com saudade

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