28 de jun. de 2011


Havia fogo em toda parte, porque ele estava em toda parte. Suas mãos reconheciam a minha pele, queimando-a. Seus lábios sentiam o gosto de cada centímetro do meu rosto. A parede de pedra bateu nas minhas costas, mas não houve dor. Eu não era capaz de sentir coisa alguma além da queimação.
Minhas mãos se emaranharam nos cabelos dele, puxando-o para mim como se houvesse algum meio possível de ficarmos mais perto. Minhas pernas se enrolaram na cintura dele, a parede fazendo o apoio que eu precisava. Sua língua se contorcia com a minha, e não havia parte da minha mente que não fosse invadida pelo desejo insano de que ele me possuísse.
Ele desvencilhou sua boca e apertou os lábios contra a minha orelha outra vez.

(...)

Seus lábios atacaram os meus novamente.

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Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?

Uma vida com saudade

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